sexta-feira, 2 de junho de 2017

Última tropa brasileira da missão no Haiti embarca em Viracopos e Ministro Jungmann sinaliza futuras operações de Paz na África

Foto: Cb Vitor Mazoni 
Por: Redação OD
Duzentos e cinquenta militares das Forças Armadas embarcaram para a 26ª, e última, missão de paz no Haiti, nesta quinta-feira (1), no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP). Esta foi a última tropa enviada para a Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah), que encerra as atividades após 13 anos no país caribenho. O ministro da Defesa, Raul Jungmann, participou da solenidade e sinalizou para uma possível operação na África, em breve.

“Temos de 13 a 14 possibilidades [de destinos em novas missões]. Mas, aquela que vem despontando – portanto não é uma decisão, compete ao presidente da república e sobretudo ao Congresso Nacional – será muito provavelmente na África. E, na África, um dos três locais que desponta com a maior possibilidade, mas que não é definitivo, é a República Centro Africana”, disse o ministro durante a solenidade de embarque.

O Conselho de Segurança das Nações Unidas decidiu em abril que encerrará neste ano - até 15 de outubro - a missão de paz da organização no Haiti (Minustah), substituindo-a por uma operação policial menor da ONU, que será retirada ao longo de dois anos na medida em que o país aumente sua própria força. De acordo com o Ministério da Defesa, desde que teve início a Missão de Paz no Haiti, em 2004, foram 29.627 militares do Exército atuando no país. São, ao todo, 36.058 militares das Forças Armadas - Marinha teve 6.114 e Aeronáutica, 317.
Nesta última missão, 850 homens e mulheres participam da desmobilização das tropas naquele país. Outros 600 soldados já haviam embarcado nas últimas semanas em três viagens. Ao final da 26º missão, serão aproximadamente 37 mil militares. Eles vão passar a missão para a polícia da ONU. Um dos motivos para o Brasil encerrar a missão é o fato de o país ter conseguido reativar a polícia local. Neste momento, apenas militares brasileiros estão neste tipo de missão no Haiti.
Famílias
Foto: Cb Vitor Mazoni 
Familías de militares que seguiram para o Haiti participaram da solenidade de embarque nesta quinta-feira e puderam se despedir na pista de embarque, até minutos antes da viagem. A esteticista Ana Paula Lima foi se despedir do noivo, que é tenente e está no grupo enviado, que só deverá retornar em cinco meses. "Estou chorando, mas é o sonho dele e nós apoiamos porque é um sonho que ele tem que realizar. É a missão que ele escolheu para a vida e tem que ir", conta Ana Paula.
Embarque
Entre os que estão seguindo para o Haiti, nesta quinta-feira, estão militares da Força Aérea Brasileira (FAB), lotados em São José dos Campos (SP), do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial. Os soldados do Exército são do Vale do Paraíba. E os fuzileiros navais são do Espírito Santo. Os militares da engenharia do Exército responsáveis por desmontar toda a estrutura das Forças Armadas no Haiti são do Mato Grosso do Sul. Após a solenidade e o embarque, o avião foi "batizado" em uma cerimônia final com jatos de água sobre a aeronave.
Foto: Cb Vitor Mazoni 
Terremoto
No terremoto que devastou o Haiti, em janeiro de 2010, 18 militares brasileiros morreram, além do diplomata Luiz Carlos da Costa e da médica Zilda Arns, que fazia um trabalho voluntário. Após o tremor, o Brasil aumentou o contingente na missão de paz, dobrando o número de militares. Por quase seis meses, mais de dois mil brasileiros permaneceram no país. Há um ano, a ONU começou a reduzir o contingente, com o objetivo de encerrar a operação em outubro de 2017.
Militares na rua e Previdência
Durante a entrevista à imprensa nesta quinta, o ministro da Defesa, Raul Jungmann também defendeu a presença das Forças Armadas nas ruas em defesa da Constituição. "Quando as Forças Armadas vão para as ruas, elas vão em defesa da Constituição, de acordo com a legalidade. E para as Forças Armadas, em resumo: dentro da Constituição, tudo. Fora da Constituição, nada. As Forças Armadas são o ativo democrático que o Brasil tem hoje para a sua paz e a sua tranquilidade", afirma.
Foto: Cb Vitor Mazoni 
O presidente Michel Temer revogou há uma semana, por meio de uma edição extraordinária do "Diário Oficial da União", o decreto que autorizou o uso de tropas das Forças Armadas na Esplanada dos Ministérios. Militares ocuparam ruas de Brasília após protesto de centrais sindicais terminar em vandalismo.
O ministro também falou sobre a previdência dos militares, que está em negociação entre os ministérios da Defesa, Planejamento, Fazenda e Casa Civil. A previsão dele é que ainda no mês de junho seja finalizada a discussão. No dia 17 de maio ele informou que a reforma da Previdência para os militares incluirá a exigência de uma idade mínima para a aposentadoria.
Foto: Cb Vitor Mazoni 
"Nós estamos finalizando as negociações dentro do governo, tivemos um atraso, mas eu acredito que ainda no mês de junho nós vamos finalizar esta questão. E, evidentemente, quando irá para o Congresso, é algo que depende do presidente da República decidir, quando irá para o Congresso. Nós entendemos que a reforma da Previdência é importante, estamos contribuindo e vamos contribuir com ela".
FONTE: G1 FOTOS: CB Vitor Mazoni

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